terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Não confunda a Doutrina Espírita

Carlos Alexandre Fett

A falta de conhecimento e de aprofundamento em alguns assuntos faz com que acreditemos em coisas absurdas ou vivamos distantes da realidade dos fatos. Já que é comum nos enganarmos com fatos corriqueiros, não poderia ser diferente no caso das religiões, principalmente com aquelas que não conhecemos e só ouvimos falar. Com o Espiritismo, a Doutrina Espírita, isso acontece com frequência. Alguns o confundem com a Umbanda e outros cultos afro-brasileiros. Isso acontece por ignorância ou mesmo é fruto da maldade de inimigos da Doutrina, que falam o que não sabem para confundir e esconder seu verdadeiro significado: a volta ao Cristianismo explicado à luz da ciência.
Quando mostramos as diferenças entre Espiritismo e Umbanda não temos a pretensão de denegrir o trabalho umbandista, pelo contrário. Ele tem seu valor. Queremos apenas deixar claro o que é Doutrina Espírita e o que não é.
A Umbanda tem suas origens nas religiões africanas e foi trazida para o Brasil pelos escravos, que chegando aqui se viram impedidos de praticar as suas crendices por causa do domínio do Catolicismo há alguns séculos. A saída deles foi cultuar seus orixás comparando-os às imagens dos santos da igreja Católica. Foi a partir daí que apareceram as similaridades com a igreja, tais como: imagens, altares, cânticos, vestimentas, oferendas, bebidas, incenso, velas etc. Apesar das semelhanças que existem entre as duas religiões citadas, muitos insistem em confundir a Umbanda com o Espiritismo. Isso é até incentivado por alguns umbandistas que, por ignorância da origem do termo "espírita", colocam o nome de "Centro Espírita" alguma coisa em seus "terreiros" de umbanda; e há outros que dizem que "um espírita" foi fazer um despacho ou trabalhos de magia.
Os termos Espírita e Espiritismo foram criados em 1857 na França para dar nome à doutrina codificada por Allan Kardec e diferenciá-la de todas as outras práticas espiritualistas.
Espiritualismo é a crença que tem como base a existência da alma e de Deus. Portanto, seja católico, protestante, espírita, budista, umbandista, todos são espiritualistas. Mesmo com diferenças, crêem na sobrevivência do espírito após a morte.
No Espiritismo não há rituais, velas, imagens, oferendas e a comunicação com os Espíritos é feita com responsabilidade, como fez o próprio Jesus (Mateus XVII, vers. 1 a 8).
É impossível todos fazermos parte de uma mesma religião. Vivemos num mundo onde o pensamento é heterogêneo, os costumes se divergem e nossos atavismos influenciam na escolha da religião.
Jesus disse: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus". Jamais ele falou siga esta ou aquela religião para entrar no céu. O "Caminho da salvação", como dizia o Mestre, está na prática do bem, na obediência das leis morais (ser honesto, não adulterar, respeitar o semelhante, amar a Deus ou as coisas espirituais acima da vida material), que estão contidas nos mandamentos de Deus. Toda religião que busca ensinar ao homem práticas ativas de interesse belo bem-estar coletivo, onde não existam os interesses humanos em detrimento dos espirituais, prestando um bom serviço à sociedade ou ao homem como espírito imortal, com certeza estará cumprindo com seu dever de espiritualizar a humanidade e estará seguindo os desígnios de Deus.

Extraído do folheto “Entenda a vida”

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"Os pés conduzem o corpo, e a mente traça o caminho"